A mostra Physis - Soma - o corpo, a expressão e a poética do movimento
constroem estratégias visuais que se multiplicam na interseção entre diferentes campos de produção de imagens: a mistura de processos fotográficos tradicionais e artesanais com tecnologias sofisticadas; os retratos fabricados a partir do universo cibernético; o uso da câmera polaroid SX-70 para captar rostos de videoclipes e filmes pornôs; a alquimia da fotografia preto e branco como invólucro do corpo físico; o efeito cinético do movimento corpóreo; o discurso da vídeo-arte que cruza fronteiras disciplinares para dar passagem a novas subjetivações. Instaura-se assim um campo da visão como um sítio de escavação arqueológica (Paul Virílio). Para além dos dispositivos cênicos da mostra, o que está em pauta é a força anárquica da linguagem artística aliada à carga expressiva da subjetividade. Temos aqui uma disssolvência do corpo que, longe dos modelos estáveis, é fruto de indagações filosóficas que conformam a grande aventura da criação.
Angela Magalhães
Nadja Fonseca Peregrino
Curadoras Associadas
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