Na perspectiva sobre a história da fotografia brasileira e do fotojornalismo na Amazônia, Paulo Santos é autor de um vasto campo de conhecimento, documentação e registros históricos, sem se beneficiar de correntes artísticas, ideológicas e dos condicionalismos sociais de cada época. A quantidade de fotografias
de seu acervo revelam realidades distintas e tempos diferentes que atravessaram a história. Além do valor jornalístico, o “valor-notícia” à luz dos critérios de avaliação empregados intuitivamente
e conscientemente pelo jornalista através de seu texto imagético. O aspecto estético de suas impressões transmite informações de uma atividade sem fronteiras claramente limitadas pelo devir.
Fotografias (a)temporais de situações peculiares com que o fotógrafo se deparou em sua carreira informam e formam a percepção crítica do que conhecemos ou concebemos relativo a situação política, econômica e social da região amazônica.
O projeto fotográfico de Paulo Santos não reduz-se ao fotojornalismo, uma vez que o exercício empregado pelo autor têm a intenção básica em ir além de informar e documentar a realidade, utilizando a fotografia como suporte e os canais de difusão (a imprensa) como meio de expressar sua existência.
Fazer fotojornalismo às vezes é fazer foto-documentalismo é se interessar e se aprofundar por um tema em questão, é fazer fotografia e procurar mostrar como determinados acontecimentos afetam a história e a realidade. É quando a foto diz, narra uma história feito um retrato de uma época ou de um lugar, uma narrativa que exige sempre a busca e o aprofundamento, um estudo da situação e dos sujeitos nela envolvidos.
Quando se fala de fotojornalismo não se fala exclusivamente de fotografia. A fotografia é ontogenicamente incapaz de oferecer determinadas informações, daí que tenha de ser complementada com textos que orientem a construção de sentido para a mensagem.
Neste sentido, a conciliação das fotografias de Paulo Santos de vários nomes do jornalismo, desencadearam uma série de reportagens em jornais e revistas no Brasil e no exterior, unindo a força noticiosa à força visual.
Assim, no contexto da imprensa, produzida na Amazônia, conseguiu juntar a impressão de realidade a uma impressão de verdade, trazendo a visão de um observador privilegiado das transformações ocorridas na Amazônia ao longo das últimas décadas, e procurando expressar as disparidades características da região em diferentes épocas e contextos, principalmente sob as questões sociais e relativas ao meio ambiente. Profissional experiente, de atuação amplamente reconhecida, tem trabalhos publicados em importantes jornais e revistas de abrangência nacional e internacional e participações em edições de livros, guias e CD’s de fotografia, além de integrar o banco de imagens de diversas agências de notícias, como Reuters, Associated Press e a paraense Interfoto.
Acesse a edição especial da Revista PZZ: Amazônia: Estradas da Última Fronteira
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Texto: Carlos Pará - Editor da Revista PZZ
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